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Médicos Sofrem com a Síndrome de Burnout

Publicado em 18/12/2015 às 15:29

Segundo uma pesquisa do Archives of Internal Medicine, publicada em 2012, os médicos sofrem mais com Burnout do que qualquer outro trabalhador. Em uma entrevista feita com médicos americanos (Medscape physician lifestyle), 46% dos médicos disseram ter sofrido com Burnout em algum momento da sua carreira. Esta síndrome ocorre principalmente em profissionais submetidos a elevados níveis de estresse e pressão no ambiente de trabalho.

Médicos sofrem com a síndrome de Burnout.
Médicos sofrem com a síndrome de Burnout.

O Burnout pode comprometer o trabalhador em três âmbitos: individual (físico, mental e social), organizacional (conflito com colegas e piora da qualidade/produtividade) e profissional (negligência, lentidão e impessoalidade com colegas e terceiros).

Sintomas mais comuns:

O perfil mais acometido é do médico do sexo feminino, solteira e jovem. A síndrome está presente em todas as especialidades médicas, sendo os mais afetados os profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento e pelo atendimento do paciente crítico.

Top 10 das especialidades mais acometidas por Burnout:

As especialidades menos acometidas são patologia, psiquiatria e dermatologia.

Na mesma pesquisa um escore de satisfação com o trabalho foi aplicado. Este apresentou resultados compatíveis com a pesquisa de especialidades acometidas por Burnout. Sendo as mais satisfeitas dermatologia, oftalmologia e alergia/imunologia. Isso demonstra que a insatisfação com o trabalho está diretamente relacionada ao Burnout podendo ser causa ou sintoma.

Top 10 das especialidades mais "infelizes" com a atividade que realizam:

Os elevados índices de Burnout entre médicos não apenas afetam indiretamente o funcionamento do sistema de saúde, como também pioram diretamente a qualidade do atendimento ao paciente. Outro dado preocupante são diversos casos de suicídio entre médicos, mais comuns do que no restante da população.

Muito comumente o Burnout pode apresentar-se em comorbidade com a depressão e outros distúrbios psiquiátricos.

As principais causas do Burnout médico são:

Os médicos convivem com a obrigação de lidar com uma cobrança excessiva, pressão por resultados associados a menores custos e desfecho favorável, jornadas extenuantes de trabalho e meritocracia deturpada. Todos esses atributos misturam-se a queixas crescentes, como: expectativa de melhora em ganhos financeiros, aumento dos processos e desejo de maior reconhecimento pelo trabalho.

Mas como nós médicos podemos evitar sermos acometidos por essa síndrome ? O primeiro passo é reconhecer possíveis desencadeadores, conversar sobre eles com amigos/família e principalmente modificar comportamentos autodestrutivos.

Bons hábitos para evitar o Burnout:

Os médicos precisam aprender a se cuidar. Compreender seus limites, partilhar problemas e valorizar o lado social da vida são fundamentos que devemos aplicar na prática diária. Cuidar de si mesmo deve ser uma das prioridades para que possamos cuidar ainda melhor dos nossos pacientes.